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sábado, 5 de setembro de 2009

Uma flor exalando sexo

Abre-se ao dia. Um céu azul a sua frente.

Nuvens sugerindo animais (:) um coelho, um anum, borboletas...

Há um encontro do vento nas pétalas.

Ri-se deliciada. Refrescante brisa a beijar-lhe. Embriaga-se. Sente-se uma poesia.

Aos poucos vai inalando os cheiros a seu redor.

O mato verde transpira perfumes silvestres: mameleiros, jatobás, pequizeiros, canelinhas.

Folhas cantam em movimentos harmoniosos em sua trajetória solar.

Dão-lhes satisfação. Pelo chão, germina vida.

Perto do entardecer, sente-se feliz. Sabe que virão as estrelas e lua a lhe versejar.

Há namoro no ar. Limita-se a contemplar o pôr-do-sol.

Em suave cumplicidade retoma um pensamento de poeta:

Visualiza o tigre alaranjado ao cair da tarde.

Agora é visitada. No corpo, novos sons: Sbip... Sbop... Sbip... Sbop!

Em suas digressões não havia percebido o sobrevoo da abelha em apaixonado pouso em seu estigma.

Aberta ao findar do dia é uma flor exalando sexo. Terna, deixa-se polinizar.

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