Em águas barrentas
Os dedos das margens deitam-se
Compridos rasteiros
Compridos rasteiros
Seu ventre lavando
As casas e ruas virgens
Em prantos profundos
As casas e ruas virgens
Em prantos profundos
Às vezes um choro
Irrompe em estalidos
De seu próprio seio
Irrompe em estalidos
De seu próprio seio
É a alma íntima
Curvada com a agonia
De seus pescadores
Curvada com a agonia
De seus pescadores
Então os braços
Suspensos nas pontes gritam:
- Não afoguem os rios!
Suspensos nas pontes gritam:
- Não afoguem os rios!