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domingo, 27 de dezembro de 2009

Noite de poesia


Era ainda dia quando eu te vi 
Os cabelos soltos ao vento 
Um sorriso franco nos olhos castanhos 
Não consegui dizer teu nome 
Eu quis ser o sol se indo 
Mesmo que o calor em tua pele fosse tênue 
Parei num banco de praça e sentei 
Deixei minh’alma seguir teus passos 
Tinha tanto a dizer e não falei  
_Sou uma mulher de poucas palavras_ 
E parada eu sentia na garganta presas 
Todas as letras de teu nome 
Ouvi o sino da igrejinha tocar as horas da Ave-Maria 
Umas senhoras passaram com seus terços à mão 
Eu as ouvi em suas ladainhas de Fé 
Meu coração, no entanto, te seguia os passos 
Eras um vulto pardo dentro da noite 
E esta a lançar o brilho das estrelas nas janelas abertas 
Diante de meus olhos teus passos sumindo na rua 
Uma lágrima me veio às faces 
Toquei-a com dedos acanhados 
Do que eu devia fazer 
Meus lábios não falaram 
Só meus sentimentos responderam
_Eu devia dizer que te amo 
Pois os anos passam 
E ficamos de cabelos brancos!