
Abro um livro antigo
Histórias de gente simples (:
Vejo meus avós!)
Abro minha janela
Sol de fim de tarde
Vento quente no rosto
Bem-te-vi na faveira
Canto do vaqueiro ao longe
Flores fechando as horas
Cheiro de jatobá quebrado
Menino voltando da escola
Mulher com balde d’água na cabeça
Balanço das palhas da carnaúba...
Coração amante das matas
O sertão tem paisagens
Debruço-me na janela
Às vezes me pego pensando em ti
Sem ter tido adeus...
Um silêncio me abraça
Tão profundamente
Como uma saudade.
Levo meus olhos
A lugares nossos
A toques de carinho
A palavras não ditas
Nas horas em que ficamos
Olhando-nos
Timidamente
Como dois adolescentes
Antes do primeiro beijo.
E deixo meu olhar seguir
Sorrindo um até logo
Sem dizer adeus
Apenas por gostar de pensar em nós...