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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010


  
COMEDIA DELL'ART
Karel Dujardins mostrou uma cena vista por ele de perto do palco provisório de uma trupe viajante,em contraste com as ruínas idealizadas Romanas: obra datada de 1657, Museu do Louvre. 
Sons claros de viola entre sopros do vento; gracejos de braços, bocas amorosas numa tarde remota. E enquanto o violão ecoa suas notas, um som de viajantes enche o espaço. Nuvens passam; brancas, em virginal olhar dos meninos. Onde a essência do azul ecoa nas vestes femininas. E a matiz dum marrom alaranjado ganha o chão num ritmo entre peças de roupas, altas montanhas, objetos nas paredes nuas de alegria.
E violão e vento, numa harmonia de sentidos, dão um colorido ritmado à cena. Conjugam-se passos, pés descalços, olhares escondidos. Fundem-se numa imagem: Um homem no alto do tablado. Examina; grave. Delicia-se. Vibra no íntimo. Tudo lhe tem uma delicadeza de amante.
E numa cor, num som duma sensibilidade da alma, ele olha. Animais de carga melancólicos; senhoras esquecidas de suas quimeras; homens ávidos de sonhos. Tudo entregue num mundo repleto de perguntas. E o violão espalha no vento... essas palavras.